26 de out. de 2009 18:42 - :: ultranol ::

Droga de lógica!

Graças a Deus podemos dizer que estamos indo muito bem aqui no Canadá. Além de, obviamente, estarmos vivendo uma vida tranquila, sem nos preocuparmos com violência, roubo, etc., podemos dizer que estamos indo bem financeiramente. Mesmo querendo muito viver aqui, é lógico que tínhamos em mente que poderíamos não arranjar emprego, e nesse caso, precisaríamos em algum momento colocar um "basta" no financiamento do nosso sonho, e talvez voltarmos pro Brasil. Ainda bem que estamos trabalhando, o dinheiro tá entrando e não precisamos ficar contando cada centavo que gastamos, como fizemos nas primeiras semanas.



Aqui em casa, o mais preguiçoso sou eu, com apenas um emprego.


Nossa vida material aqui está tão boa, senão melhor, do que no Brasil. Tudo o que eu sempre falei que ia ter no Canadá eu pude realizar. Exemplo: sempre quis ter um iPhone no Brasil, mas não queria gastar milhares de reais num negócio que fatalmente alguém ia levar de mim. Cheguei aqui, iPhone. Contrato de 3 anos? Não importa, eu vou ter um iPhone e dane-se. Videogame? Sim, eu vou ter um Wii. Podia ter um Wii antes, mas no nosso apartamento anterior não havia espaço pra nos mexermos o suficiente. Vou ter um videogame quando eu tiver um apartamento decente e vai ser um Wii. Depois de um mês, Wii. Com Guitar Hero e seus apetrechos, ainda por cima.



Não vou nem comentar sobre o meu desejo desde criança, que era ter uma bola quadrada.


Acho que a diferença entre coisas que tinha no Brasil e aqui é apenas uma: carro. Meu Golzinho foi meu parceiro de aventuras por 6 anos. Morando no Rio de Janeiro, era absolutamente necessário ter carro, pois não dava pra depender do sistema de transporte da cidade, ainda mais nos bairros aonde a gente morou lá.

Aqui, na situação atual que estamos, e principalmente depois de conseguirmos mais um emprego, começamos a babar pra termos um carro. Vejam se não é tentador: imaginem comprar um carro novo, zerinho, modelo 2010, com ar condicionado, vidros elétricos, transmissão automática, airbags, freios ABS, Bluetooth, piloto automático, pagando nada de entrada e juros de 2% ao ano (não é ao mês não, é ao ano), com uma parcela mensal que cabe com folga no seu orçamento mensal?

Tudo muito bom, tudo muito bem, até que começo a pensar na lógica de se comprar um carro. Aqui, aonde estamos, não precisamos de carro. Temos à disposição o TTC, um transporte público eficaz, seguro, organizado, que nunca nos deixou na mão. Usando esse transporte, estamos a 15 minutos do centro, eu estou a 20 minutos do meu trabalho. Aonde moramos, não precisamos ir longe pra nada, temos tudo aqui perto: supermercados, restaurantes, academia, caixas eletrônicos, correios, sem nem precisarmos usar transporte. Cinema? Temos várias escolhas, todas elas a 15 minutos de casa, via TTC. Hell, estamos praticamente no meio de duas linhas de metrô, sendo que na frente de casa passa bonde e passa ônibus.



Que outras formas de transporte que a gente poderia precisar? Naves espaciais?


Até aí, tudo bem. Estaríamos comprando uma coisa que seria um bem, uma propriedade. Não usaríamos muito, então gastaríamos pouco com manutenção e gasolina. Aí chegamos no ponto crucial da argumentação: seguro. Carros aqui no Canadá têm obrigatoriamente que ser segurados. Bem, aqui é um país seguro, então o seguro aqui deve ser barato, né? Errado. Por algumas razões, o seguro aqui é absurdamente caro. Primeiro, a cobertura do seguro deve, por lei, ser de no mínimo um milhão de dólares em barras de ouro, que valem mais do que dinheiro. Segundo, pelo próprio fato do seguro ser obrigatório, todos têm que pagar e acabou. Aí, no nosso caso, como somos novos por aqui, é como se a gente tivesse 16 anos e acabamos de ganhar nossa carteira de motorista.

Na prática, é o seguinte: trezentos dólares por mês, no mínimo, só pra pagar o seguro. Então, compraríamos algo que não usaríamos no dia-a-dia, que não precisamos usar no fim de semana, que vai custar nos fazer jogar no lixo mais de 300 dólares todo mês, além de gastos com estacionamento ($75/mês aqui no nosso prédio, $100/mês no meu trabalho, etc).

Agora, pra matar a charada: se eu alugar um carro pra todos os fins de semana do mês, e vamos dizer que esse mês tenha 5 fins de semana, eu gasto... $250 por mês. Ou seja, eu gasto menos alugando um carro para todos os fins de semana do mês, do que eu gastaria só com o seguro de um carro.

O consumismo é uma praga, mesmo. É tão óbvio que, no nosso caso, não vale a pena, mas mesmo assim eu ainda fico pensando "mas que seria legal ter um carro, seria"...

Maldita razão!



P.S.: Pode ser que daqui a algumas semanas o frio faça querermos mandar toda essa lógica pra casa do chapéu. Veremos.
21 de out. de 2009 09:51 - inertia

Job Offer #2

Na semana do post que eu estava meio decepcionada com a Disney, resolvi começar a mandar currículo p/ área de TI. Fiz uma entrevista semana passada para uma posição júnior de web developer, part-time.

Mesmo sendo part-time, no fim do mês o salário de TI seria bem maior que o da loja (eu realmente não sei como o pessoal que trabalha em loja sobrevive, já que meu salário sozinho nem paga o aluguel).

Nesse meio tempo, eu já não sabia mais o que queria. Quando me ligaram avisando da entrevista, na hora eu fiquei aliviada, mas ao mesmo tempo um pouco triste por ter que voltar pro trabalho que achei que largaria chegando no Canadá. Engraçado isso, escrevi que estava com saudade de TI no post anterior, mas daí quando me ligam querendo me entrevistar, eu dou p/ trás.

Tanta gente querendo fazer entrevista, conseguir um emprego e eu aqui reclamando que consegui uma (ou duas, se for contar a entrevista da loja). hehehe

E também, não estou mais achando o emprego da loja tãão ruim. Só que hoje me ligam lá do emprego de TI, dizendo que consegui o emprego. A primeira vez que o telefone tocou, eu nem atendi. Mas daí o Mozart pediu p/ eu dar uma chance p/ eles, fazer as duas coisas e ver o que eu gosto mais.

Vamos ver... começo lá semana que vem. Wish me luck.
8 de out. de 2009 02:00 - inertia

When you wish upon a star...

Eu (ah, ali em cima do título, perto da data, aparece quem está postando), no Brasil, sempre pensei em mudar de carreira. Eu gostava muito do meu salário no fim do mês e os meus chefes sempre me elogiavam por ser boa e eficiente no que fazia, mas eu morria de inveja de pessoas que dizem amar seu emprego, porque eu nunca adorei nenhum dos meus...

A coisa chata do meu antigo emprego lá no Brasil é que eu desenvolvia os sistemas e daí vinha o meu coordenador e pedia para mudar a cor de um botão, ou então fazer uma lista com checkbox em vez de combo... E ainda tinha os casos onde o coordenador não ouviu direito o que o cliente queria e daí sobrava p/ gente refazer toda a lógica. Se eles se preocupassem em fazer uma especificação do sistema antes da gente começar a desenvolver, isso nunca iria acontecer, mas como quase tudo lá era feito "nas coxas" (e olha que eu não trabalhava em nenhuma "empresinha" não), sempre sobrava p/ gente, pobres programadores... Não era nada muito sério, mas como eu sou uma drama queen, acabei achando que eu odiava TI. Além disso, o meu ambiente de trabalho se parecia muuito com The Office. Um dos meus colegas de trabalho era o Michael em pessoa (no quesito "sem noção"), e apesar de parecer super engraçado na TV, não é muito quando vc conhece uma pessoa dessas ao vivo.


Acho que com o meu "bom humor", com certeza seria a Angela no The Office, hehehe

Eu pensava em chegar aqui no Canadá e conseguir um emprego na loja da Disney, já que eu sou super fã e gasto toneladas de dinheiro todo ano indo nos parques e comprando quinquilharias deles. Não me importava se iria ganhar salário mínimo. Quem sabe finalmente eu ficaria contente com minha escolha profissional. Os Cast Members no parque pareciam se divertir tanto! Eu achava que aquilo tudo era realmente genuino. É, eu sou inocente mesmo...

E depois de um pouco mais de um mês aqui no Canadá, não é que consegui minha entrevista na loja e me contrataram? Parece coisa de filme. Se fosse um, com certeza os créditos começariam a rolar e alguma música bem emotiva, estilinho Disney mesmo, começaria a tocar.

Nos primeiros dias na loja, eu estava bastante contente. Mas depois de algumas semanas, me bateu uma saudade de ter algum desafio. Sorrir p/ pessoas e perguntar se os outros precisam de ajuda não é lá muito "challenging". Apesar de eu odiar o esquema "especificar-sistemas-pra-quê?" do meu antigo trabalho, sempre que eu terminava alguma lógica complicada (que eles não estavam nem aí, porque o importante era a cor do botão hehe), vinha aquele sentimento de "não acredito que consegui terminar isso".

Eu não procurei muitos empregos de TI desde que cheguei, mas agora vou voltar a fazer isso. Sinceramente, nem penso mais em mudar de área, porque cheguei a conclusão que sempre vou reclamar dos meus trabalhos (p/ falar a verdade, eu sou o tipo de pessoa que reclama de tudo), sempre vai ter alguém chato, alguém ruim, nada vai ser 100% perfeito... Admiro muito pessoas que encontraram a profissão dos sonhos (Good for you!), mas talvez eu simplesmente não seja esse tipo de pessoa.

Também vou dar um upgrade no meu currículo tirando alguma certificação (que não tirei até agora achando que o emprego da Disney seria O emprego heheh), validar meu diploma aqui no Canadá (apesar da gente não precisar fazer isso em TI, é bom porque já vi alguns empregos que pedem)... enfim, correr atrás do tempo perdido.
3 de out. de 2009 12:13 - :: ultranol ::

Google Translator

Ontem, conversando com minha família via Skype, tive uma surpresa.

Estávamos conversando sobre um acontecimento que ocorreu em São Paulo, aonde uma ex-candidata a vereadora foi presa pela Polícia Federal devido a fraudes, etc e tal. Enquanto conversava, acessei um site de notícias pra ver o vídeo da reportagem, o qual mostrava a senhora sendo abordada e levada pelos policiais.

Ao comentar o vídeo, soltei: "Caramba... olha a mulher sendo escortada..."



Escortada?


Depois de ter falado isso em voz alta, pensei, peraí, tem algo errado com essa palavra... não é "escoltada"? Putz, pensei em "to escort", que é "escoltar" em inglês, e misturei as bolas...

Eu, que vivo tirando sarro da minha cunhada, que mora há mais de 10 anos nos EUA e pratica esse tipo de "criação linguística", como por exemplo "ordenar uma pizza" (to order a pizza = pedir uma pizza), já tô vendo que vou ficar do mesmo jeito, ou pior!



Ordenando uma pizza.


O que não pode acontecer é eu virar aquela pessoa que nunca aprendeu a falar inglês direito e esqueceu o português...
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16/06/2007 Exame IELTS
29/06/2007 Resultado do IELTS
07/08/2007 Envio do formulário ao Consulado
13/08/2007 Início do processo
17/08/2007 Confirmação do início do processo (carta)
21/08/2007 Inclusão no sistema (e-CAS)
03/03/2008 Solicitação dos documentos (e-mail)
27/03/2008 Envio dos documentos
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23/05/2009 Pedido de exames médicos (carta)
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17/06/2009 Solicitação dos passaportes e pagamento da taxa final (carta)
18/06/2009 Entrega dos passaportes no Consulado
22/06/2009 Recebimento dos passaportes com visto
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