21 de set. de 2009 21:59 - :: ultranol ::

U. S. of A.

Neste fim de semana resolvemos fazer uma pequena extravagância: alugamos um carro e demos uma passadinha do outro lado da fronteira com os EUA. É a maior fronteira entre dois países existente no mundo, com quase nove mil quilômetros - aliás, o Canadá é de longe o maior país no mundo dentre os países que fazem fronteira com só um país: o segundo, pra terem uma idéia, é a Papua Nova Guiné, com 5% do tamanho do Canadá.



Adoro informações geográficas completamente inúteis. Não, não achem engraçado não, é sério.


Alugar um carro aqui foi tranquilo, tirando a chateaçãozinha de ter que pagar pelo seguro que eles cobram - carro aqui tem que ter seguro obrigatoriamente - o que fez com que o valor ficasse um pouco acima do que eu simulei pela internet. Porém, já imaginava que talvez tivesse que pagar isso mesmo, então não me incomodei. O carro que nos deram foi um Kia Forte, justamente o carro que eu tava de olho pra quando fosse comprar... foi legal já ter tido uma amostra de como é dirigir uma belezinha daquelas.

Sábado de manhã pegamos o carro e fomos tomar café no IHOP de Niagara Falls. Nós adoramos essa rede de restaurantes e visto que eles não abriram uma filial em Toronto, aproveitamos que estávamos de carro pra irmos lá comer suas deliciosas panquecas. Eu prefiro as minhas au naturel, a Yuki gosta com manteiga derretida e xarope de bordo (não é suquinho de navio não, "bordo" é "maple" em português, pronuncia-se "bôrdo").

Procurando coisas para se ver em Niagara Falls, vi no Wikitravel que uma das coisas é o Queen Victoria Park, um jardim com flores muito bonitas e bem cuidadas, e pensei, vamos lá. Ao chegar no local, percebi que a atração principal ficava do outro lado da rua: as famosas Cataratas do Niagara. É um lugar realmente bem bonito, as cataratas são bem menores que as de Iguaçu, mas o legal é que aquela baita atração natural fica praticamente no meio da cidade (se contarmos as duas cidades "Niagara Falls" de ambos os lados da fronteira como sendo uma só, as quedas ficam exatamente no meio da cidade). Fantástico.



Olha só o pessoal fazendo fila pra descer as cataratas de barril...


Dali, pegamos o carro e fomos pros EUA. Passar pela fronteira não foi tão simples assim, porque pediram pra gente parar e conversar com os oficiais de imigração lá dentro. Provavelmente porque falamos coisas erradas e gaguejamos na hora que os caras fazem as perguntas básicas. A primeira pergunta é sempre "CITIZENSHIP?", e não é, "Good morning sir, what's your citizenship?", é assim mesmo, "CITIZENSHIP?!"... o diálogo foi mais ou menos assim:

- CITIZENSHIP?
- Hum... sorry? (não tinha entendido)
- CITIZENSHIP?!
- Hum... YES! (ainda não tinha entendido, respondi mesmo assim)
- ...
- CANADA! (a Yuki gritou de dentro do carro, provando que entendeu a pergunta, mas provavelmente não sabia o seu significado)
- No, not Canada, Brazil! (eu, finalmente respondendo certo... mas já era tarde demais)



Primeiro somos cidadãos de um país chamado "Yes". Depois, obtivemos a cidadania canadense em apenas dois meses. Incrível!


O oficial provavelmente já nos botou na lista negra depois dessas bolas fora... e aí, ainda por cima, quando ele perguntou quando foi a última vez que eu estive nos EUA, eu respondi que foi ano passado, esquecendo do pequeno "detalhe" de que quando viemos pro Canadá nós pousamos nos EUA, e então a resposta correta seria "há dois meses"... o guarda simplesmente falou "estacionem o carro ali e dirijam-se ao prédio principal".

Chegando na sala, encontramos com mais umas 30 pessoas esperando pra também prosseguirem com suas viagens. E olha que nem era só gente de país de terceiro mundo, não, tinha uns holandeses, vários canadenses... quando chegou na nossa vez um oficial parecido com o Greg Proops do Whose Line Is It Anyway? nos atendeu muito simpaticamente e não fez nenhuma pergunta a mais, simplesmente tirou nossa impressão digital, tirou nossa foto, carimbou nosso passaporte e nos liberou.

Dali fomos pro Fashion Outlets of Niagara Falls, que é um shopping outlet do tamanho do Vaughan Mills, e tirando o fato de ter algumas lojas que não têm por aqui, não é algo que por si só valha a pena cruzar a fronteira.

A razão principal para termos ido para os States ainda estava por vir: um belo almoço no The Cheesecake Factory, no shopping Walden Galleria, em Buffalo, NY. Esse restaurante, sim, faz uma falta danada aqui no Canadá... mas por outro lado é até bom que não tenha isso por aqui, porque senão nós iríamos à falência... hehehe a popcorn shrimp deles é inigualável e os cheesecakes, então, não preciso nem dizer...




Pra finalizar a Yuki fez a limpa na Victoria's Secret, na loja mais próxima possível de Toronto, que é essa que fica nesse shopping em Buffalo. Uma hora e meia depois, estávamos voltando.

Cruzar a fronteira de volta em si foi simples, porém ficamos uma hora na fila. E ainda tivemos sorte, porque no domingo a fila foi bem pior - devido a uma "operação tartaruga" que os oficiais estão aplicando.

Foi uma experiência legal. É bom saber que os EUA estão ali do lado se precisarmos... mas também foi bom ter uma idéia de tempo que se demora pra cruzar a fronteira, e ver que não é tão simples assim, e que também não precisamos fazer isso sempre, porque desse lado da linha imaginária já tem tudo o que realmente precisamos e muito mais.
14 de set. de 2009 17:26 - inertia

Menos um desempregado

É muito complicado quando você sonha em trabalhar em um único lugar porque suas chances de conseguir emprego diminuem né. Eu cheguei aqui assim e fiz um currículo só para a tal companhia. Como disse há duas semanas atrás, consegui uma entrevista mas fiquei chateada porque achei que meu sotaque ia me desqualificar. Me senti um peixe fora d'água na entrevista em grupo, onde TODO mundo era canadense e eu era a única de fora.

Disseram que iam levar de 3 a 5 dias p/ ligar de volta dando o feedback da entrevista. Isso não aconteceu... Daí eu não me aguentei e no início da semana passada liguei lá perguntando se já tinham contratado alguém. Me responderam que eu não precisava ligar lá porque eles iriam ligar p/ todo mundo, p/ dizer "sim" ou "não".

Hoje eu resolvi desencanar e comecei a mandar currículo para outros lugares. É claro que eu estava meio deprimida porque toda vez que conversava com meus amigos, ainda lá no Brasil, dizia que queria trabalhar lá e que ia fazer isso chegando aqui.

Só que há alguns minutos atrás tocou o telefone e disseram que eu consegui o emprego! :D
4 de set. de 2009 18:27 - :: ultranol ::

Primeira semana de trabalho

Vou contar pra vocês como é que tá sendo minha rotina de trabalho aqui no Canadá.

Como minha esposa disse, saio de casa às 8h30 em ponto para chegar no trabalho às 8h55. O metrô é vazio pois o fluxo de gente geralmente é sentido sul, aonde fica o centrão, e eu vou para quatro estações ao norte. Nos primeiros dias, quando ainda não tinha meu crachá, precisava sair às 16h45 da tarde pois era essa a hora que o acesso temporário ao prédio acabava; estava chegando em casa às 17h10. Ou seja, num dia normal, fico fora de casa por pouco menos de 9 horas. Como diria Ruth Lemos, isso é que é qualidade, qualidade, qualidade de vida, ida!



APROVADO-ADO.


O ambiente de trabalho é absurdamente tranquilo, fico numa baia (célula) isolada, ninguém olha o que eu estou fazendo. O legal é que eu não simplesmente "dei sorte" de ficar numa mesa assim - esse é o "pior" tipo de lugar que vc pode estar aqui, tanto que dois dos três DBAs seniors da minha equipe têm salas exclusivas pra eles. Mesmo com essa privacidade toda não abro nenhum site "estranho" aqui na rede. Quero ser bem conservador pra conseguir a extensão do meu contrato, que é de um ano. O chato é que o celular não pega direito aqui por alguma razão. Reclamei com a Rogers e eles responderam: "sentimos muito por isso, mas é assim mesmo".



Não tiveram nem a delicadeza de dizer que iam enviar a solicitação pro "departamento responsável" (ilustrado na foto acima).


O meu trabalho por enquanto está muito simples, visto que estou como júnior. Estou tentando mostrar produtividade com as migalhas que me passam, pra verem que eu posso evoluir naturalmente. A parte mais desafiadora até agora está sendo entender o que os outros falam - não, meu inglês não está ruim, é o dos outros, mesmo, que dá dó. Porém, essa pequena dificuldade não está atrapalhando a fluidez da execução das tarefas, já que sempre que eu não entendo algo do que me foi passado, eu esclareço até entender.

Ah, almoço. Pessoal realmente traz o almoço de casa. Eu trouxe o meu em três dias nessa semana - no primeiro dia não quis trazer e num dos dias eu trouxe mas esqueci de pegar garfo e faca... hehehe... não ia pedir emprestado de um estranho, aqui, né? Nesses dois dias meu almoço foi um par de wraps do Tim Horton's. Por enquanto eu estou almoçando sozinho, em 15 minutos, e já voltando ao trabalho, do jeito que eu gosto. No Brasil o normal é sair com a galera, ir andando bem devagar, almoçar batendo papo, pra usar bem a 1 hora de intervalo... se eu pudesse, lá, escolher almoçar em meia hora pra sair mais cedo, o faria entusiasmadamente; aqui, nem preciso, pois já é assim.



Será que eu sou antissocial?


Como um bom apreciador de café, trouxe minha caneca para tomar o daqui, que é à vontade. É daqueles cafés que vc pega um potinho fechado, coloca na máquina e ela faz o café na hora, sabem? A marca do café é a Timothy's World Coffee, de um estabelecimento famoso que tem por aqui, no estilo Starbucks. Tem uns 10 sabores pra vc escolher. Demorei pra achar um café que fosse café mesmo (sabem como é café aqui, é aquela água suja, ralinho que nem chá), mas achei: é o sabor "Rainforest Espresso". Cada "blend" tem uma categoria e esse é o único "extra-intenso" - que equivale a um café de intensidade normal para paladares brasileiros. Mas já estou muito contente de ter achado um café não só bebível (impressionante, essa palavra existe mesmo!) como gostoso :)

Ah, logo no terceiro dia já rolou um alarme de incêndio botando todo mundo pra fora. Eu imagino que tenha sido um ensaio, porque não vi nada demais acontecendo. Se foi, eu até apóio isso, porque nos lugares aonde trabalhei, no Brasil, ninguém fazia nada direito justamente porque era um ensaio. Legal que logo no primeiro dia a moça do RH falou, "se tocar o alarme de incêndio, larga o que vc tá fazendo e sai", e é isso mesmo que acontece, neguinho sai na hora, não fica de bobeira não.




É oficial: eu AMO o Google Images.


Acho que o que tenho pra contar é isso. Se eu lembrar de mais alguma coisa, vou postando. Até o momento estou adorando essa experiência.
3 de set. de 2009 11:31 - inertia

Skills for change, entrevista, etc

Semana passada terminei o workshop de jobsearch do Skills for Change. O Mozart não precisou ir, por motivos óbvios.
De qualquer maneira, a minha facilitator deu o certificado de conclusão do curso para eu entregar a ele, porque, mesmo sem ele ter ido a todas as aulas, tinha arranjado um trabalho (esse foi o motivo que me deram para entregar o certificado p/ ele). Algo me diz que isso tem a ver com as estatísticas deles. Lá tem um quadrinho dizendo quantas pessoas conseguiram emprego pelo Skills for Change e, com certeza, vão colocar o Mozart lá, mesmo ele tendo conseguido o emprego sem nem usar o exemplo de currículo que eles passaram. ehehe

O workshop foi legal p/ pegar umas dicas sobre como fazer currículo, cover letter e conhecer gente nova, mas em geral, achei que minha facilitator não sabia gerenciar muito bem o tempo de cada aula. Ela nunca revisou nossos currículos, nem avaliou as cold calls que fizemos. Eles também gravam uma entrevista sua no fim da aula e "avaliam", mas fica complicado porque a pessoa que avalia não tem conhecimento da sua área, então ela faz mais comentários sobre sua aparência e trejeitos. No meu caso, disseram que estava com a roupa errada (é claro que numa entrevista de verdade, eu não iria com a roupa que fui pra aula) e que eu sou muito honesta e isso é ruim. Ah, vcs querem saber no que eu fui "honesta"? A "entrevistadora" falou que o dia estava lindo e eu disse que prefiro frio (se discordar do tempo me custar uma vaga, prefiro nem trabalhar no lugar). :P

No sábado passado recebi minha primeira ligação de entrevista. A pessoa me informou que seria uma entrevista em grupo e eu já entrei em pânico, porque simplesmente detesto essas dinâmicas de grupo. No Brasil, quando me falavam que era para fazer dinâmica, eu nem ia. Mas como eu quero muito trabalhar lá, fui de qualquer maneira. Eram 6 pessoas comigo e a minha única desvantagem é que eu era a única estrangeira. Eu acredito que respondi todas as perguntas melhor que todo mundo, mas talvez o meu sotaque me elimine, vai saber. Agora é esperar p/ ver o que vai acontecer. Vamos ver se vou dar a mesma sorte que o Mozart. hehehe

Falando nele, essa foi a sua primeira semana no trabalho e, so far, so good. Ele estranhou chegar no primeiro dia e tudo já estar prontinho: computador, ramal, mesa... hehehe Outra coisa maravilhosa é que ele leva 15 minutos p/ chegar no trabalho. Quando a gente morava no Brasil, tínhamos que acordar 6 horas da manhã p/ chegar no trabalho às 9 já estressados com o trânsito da Av. Brasil. Aqui ele acorda 6:30, toma café, faz uma caminhada, chega em casa 7:30, toma banho, vê um pouco de TV e sai de casa 8:30 com tranquilidade. Isso que é qualidade de vida.

A vida aqui já se normalizou, não estamos mais fazendo passeios turísticos todo dia nem comprando trocentas coisas na IKEA. hehehe Um visitante aqui do blog uma vez comentou que a gente em um mês já teria marcas favoritas de biscoito, leite, produto de limpeza etc... e não é que realmente já temos? Parece que estamos aqui faz tempo.

Também é interessante que minha alergia diminuiu aqui no Canadá. No Brasil, todo dia de manhã e de noite eu fungava, meu nariz escorria direto, era uma nojeira. Quase todo dia no trabalho alguém perguntava se eu estava gripada e eu tinha que explicar que era alergia. Aqui, mesmo com o carpete, estou super bem. No fim, o carpete é ótimo pros gatos, porque eles afiam as unhas nele em vez de usar o sofá. hehehehe A única coisa chata é quando vomitam, mas eu comprei um H2O Mop, que é uma maravilha p/ tirar manchas.

Na primeira semana que chegamos aqui, fiquei meio assustada com a quantidade de gente louca na rua... Mas agora, ou eles diminuiram ou eu não noto mais. Às vezes eu vejo uns mendigos na rua com umas placas bem engraçadas, dá vontade de dar uma moeda só pela criatividade. Teve uma vez que tinha um cara na porta do Cold Stone (sorveteria muito boa perto da Bay station) com uma placa escrito "Obama wants change, so do I", heheh. Semana passada a gente viu um cara com outra escrito "I need money to buy weed" hahahahahaha. Bem honesto.
05/06/2007 Marcação do IELTS
16/06/2007 Exame IELTS
29/06/2007 Resultado do IELTS
07/08/2007 Envio do formulário ao Consulado
13/08/2007 Início do processo
17/08/2007 Confirmação do início do processo (carta)
21/08/2007 Inclusão no sistema (e-CAS)
03/03/2008 Solicitação dos documentos (e-mail)
27/03/2008 Envio dos documentos
19/05/2009 Pedido de atualização de documentos (e-mail)
23/05/2009 Pedido de exames médicos (carta)
29/05/2009 Envio dos exames médicos
17/06/2009 Solicitação dos passaportes e pagamento da taxa final (carta)
18/06/2009 Entrega dos passaportes no Consulado
22/06/2009 Recebimento dos passaportes com visto
13/07/2009 Chegada a Toronto
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